22 de janeiro de 2010

Calibre e Encordoamento - 1ª parte

CALIBRE (DIÂMETRO) DA CORDA FAZ A DIFERENÇA

Os jogadores de badminton são conhecidos pelos argumentos intermináveis sobre os méritos relativos de uma raquete sobre alguma outra e ficam durante meses decidindo qual a melhor para comprar. Antes de gastar muito dinheiro em uma nova raquete, pense sobre isto: você não bate na peteca com a raquete. Você bate com a corda! Mudando a maneira como sua raquete atual é encordoada, você poderá melhorar não só sua performance, mas o seu jogo também.

A variável mais importante em uma corda de badminton é seu diâmetro, também conhecido como calibre. Jogadores profissionais ou não profissionais podem alardear sobre estar usando uma corda com uma super-resposta de calibre 22, mas o que isto quer dizer e quanto o diâmetro da corda afeta o jogo?

Os calibres das cordas são designados numericamente, assim, as cordas mais grossas têm números mais baixos, como é mostrado na tabela:

Calibre

Diâmetro

20

.80 - .90mm

20 micro

.78 - .82mm

21

.70 - .80mm

21 micro

.68 - .72mm

22

.60 - .70mm


A designação dos calibres foi originalmente baseada em um padrão industrial do tamanho dos calibres de cabos, mas como os fabricantes começaram a desenvolver cordas de raquetes com uma grande variedade de diâmetros, a indústria concordou que estes números deveriam representar uma variação permitida de diâmetros, ao invés de um único exato tamanho. Todas as embalagens de cordas indicam o tamanho com pelos menos uma designação de seu calibre: algumas embalagens incluem também o diâmetro em milímetros.

A designação micro é uma inovação recente. Verificamos que às vezes o tamanho do calibre se sobrepõe sobre outro. Uma corda com um diâmetro de 0,71 mm pode ser chamada de calibre 21 por um fabricante, enquanto outro pode designar como 21 micro. A única diferença é uma questão de mercado.

O diâmetro de uma corda pode ser medido com um sistema de calibração ou um micrometro. Faça isto com a corda fora da raquete, sem nenhuma pressão, em outras palavras, antes do encordoamento. O diâmetro diminui quando a corda for esticada de 15 a 25 lbs de tensão e uma leitura feita nestas condições fornecerá um resultado errôneo.

Como você já deve ter percebido, cordas mais grossas ou mais finas funcionam diferentemente nas raquetes. Nenhum tamanho é o melhor para todos os jogadores. Estilos diferentes de jogo (e orçamentos) fazem os jogadores escolherem combinações diferentes de características. Vamos aqui nos preocupar com somente uma característica: a durabilidade.

Corda mais grossa dura mais que as mais finas. Assumindo que duas cordas foram fabricadas com mesmo material e com a mesma construção, a mais fina irá se romper mais facilmente. Simples, não? Isto não se aplica necessariamente se você for comparar uma corda fina , de qualidade “premium” com uma mais grossa de uso normal, mas geralmente, isto é verdadeiro. Corda extra fina, calibre 22 tem algumas vantagens, mas durabilidade não é uma delas: você deve estar disposto a encordoar muito mais sua raquete se usar este tipo de corda. Por outro lado, uma corda mais grossa, calibre 20 , pode durar por até uma temporada inteira.

Existem duas causas principais do rompimento de cordas. A primeira é o desgaste. Quando você bate na peteca, as cordas cruzadas (ou horizontais) são pressionadas contra as cordas principais (ou verticais) centenas de vezes durante um jogo. Estas cordas cruzadas lentamente pressionam as principais e eventualmente as cortam. Obviamente, uma corda mais grossa agüenta muito mais este esforço. Por falar nisto, geralmente as cordas principais (verticais) se rompem primeiro.

A segunda causa principal de rompimento é o super-esticamento, que pode ocorrer durante uma batida particularmente forte fora do centro da raquete. Isto acontece especialmente se você bater na peteca perto da parte superior da raquete ao invés do centro para baixo.As cordas se esticam igualmente em ambos os lados da peteca em uma batida errada, ao invés de um trabalho conjunto das cordas, algumas se sobrecarregam mais do que outras ocasionando o rompimento.

Então, uma corda mais grossa seria a preferida? Claro que não. Durabilidade é somente uma das características desejáveis. As cordas finas proporcionam ao jogador mais potência, por isso as 21 micro são as preferidas pelos jogadores top. Existe também o custo, controle, sensibilidade, facilidade de encordoar e algumas outras propriedades a serem consideradas e balanceadas umas contra as outras quando você for trocar sua corda. Se eu tivesse um único conselho a dar, seria este: se a corda na sua raquete é antiga, troque-a já. Você vai sentir uma melhora imediata no seu jogo.

Celso Wolf Júnior - Presidente da Confederação Brasileira de Badminton - CBBd

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